quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A LITERATURA DISTÓPICA OCIDENTAL NO ENTRE E PÓS-GUERRAS: VISÕES DO PODER TECNOLÓGICO

Segue abaixo a introdução da minha qualificação para o doutorado. Quem se interessar pelo assunto ou tiver dicas e reflexões, cá estou a ouvir.
...
Foi durante o século 20 que a literatura distópica se consolidou, tomou corpo, ganhou notoriedade e se firmou como uma das marcas desse tempo. Houve condições amplas para isso, para a emersão de uma forma de pensar, imaginar e escrever sobre o futuro como um tempo no qual as coisas se tornariam piores. Até o século 19, esse sentimento sobre os dias que viriam não eram imagens de um pesadelo. Um pensador ou um escritor, quando pensava sobre o futuro, facilmente imaginava que o ser humano seria capaz de conduzir seus passos para mundos melhores. Projetava a vida a partir de desígnios normalmente otimistas e depositava fé na ciência, na tecnologia e na racionalidade como os meios capazes de arquitetarem a vida ideal no futuro. Imaginava-se um sonho adiante.
Quando o engenheiro naval russo Eugene Zamiatin escreveu o romace Nós em 1920 (mas publicado em 1924) não deve ter lhe ocorrido que estivesse redigindo o texto que é considerado, atualmente, uma espécie de obra fundadora e de referência para a literatura distópica. Como em tantos casos, a categorização, a definição do gênero, veio posteriormente. Zamiatin estava registrando suas impressões, seu estado de ânimo, a mentalidade de uma época e as condições históricas num romance que projetava um mundo para mil anos adiante. O seu esboço de futuro nada tinha a ver com textos como a República de Platão, a Utopia de Thomas More ou Atlantis de Francis Bacon. Todos eles apostavam muito na capacidade humana – no futuro ou num lugar desconhecido - de viver seu livre arbítrio de acordo com as intenções mais nobres e dignas para o bem da própria humanidade.
O futuro imaginado de Zamiatin estava calcado na potencialização daquilo que ele via se desenhando na União Soviética sob o regime comunista. Textos desse tipo se tornarão constantes durante o século 20 – e se estendem ao capitalismo - e o futuro não será mais um tempo que tenha saído dos sonhos. O termo pesadelo se adequa melhor na imaginação dos escritores distópicos e isso não é gratuito, não brota espontaneamente como um manifestação solitária. O filósofo inglês Isaiah Berlin, por exemplo, se refere ao século 20 como o mais terrível da história. Se foi nesse século que houve uma ampliação sem precedentes na expectativa de vida da população, na ampliação da alfabetização, na erradicação de males milenares e tantas outras conquistas indiscutíveis, foi também o século que terá para sempre as cicatrizes de conflitos, agressões e massacres em dimensões inimagináveis até então. Há, portanto, um contexto para esse tipo de manifestação e isso está relacionado com o imaginário, o conjunto de imagens, de projeções, de sensações que habita um mundo pouco penetrável e é pouco provável de ser mensurado objetivamente.
O imaginário de uma época é impossível de ser alcançado na sua totalidade. Há pistas, indícios e registros das mais diversas formas, que acabam servindo como indicadores das crenças, esperanças, medos ou ansiedades de determinados indivíduos ou grupos. Uma obra literária pode revelar a visão de alguém sobre os temores de uma época, de uma década, o sentimento sobre as mentalidades de um tempo e lugar. E, assim, pode ser um caminho para se encontrar fragmentos de um imaginário que tende, em conjunto, a conter revelações significativas desse contexto. Quando essas visões ou interpretações individuais se repetem e fazem surgir um conjunto de registros que seguem olhares similares a partir de condições sociais, econômicas e culturais com um certo grau de contato e troca, há um fenômeno relevante e merecedor de atenção.
Um autor, quando inicia seu inventário de temores para desenhar um mundo imaginário – seja em outro tempo ou lugar – que pareça aterrorizante para os seus contemporâneos, procura, normalmente, criar as condições para que se preste atenção no quanto o seu mundo, numa perspectiva potencial, pode estar se encaminhando para esse que a ficção projetou . Esses medos, essas percepções, que nas tintas do escritor acabam se tornando mais intensas, justamente para que se possa ver seus tons normalmente discretos, expõem uma trama rica de imagens que esse narrador colhe da sua existência e que, inevitavelmente, são tecidas na intersecção com uma sociedade que possui uma teia de relações, de procedimentos, de hábitos, de promessas, de imagens, de potências e impotências.
Esta pesquisa analisa sete romances, categorizados como literatura distópica, publicados entre os anos de 1924 e 1953 na Europa e nos Estados Unidos: Nós (1924), Admirável mundo novo (1932), A guerra das salamandras (1936), Kalocaína (1940), 1984 (1949), Revolução no futuro (1952) e Farenheidt 451 (1953). A literatura distópica, pela forma como será argumentada e identificada neste trabalho, se mostra como um gênero percuciente do século 20. O período específico, por se considerar como o tempo que reúne as condições para a emersão dos textos que se tornam as referências consolidadas em literatura distópica, é o entreguerras. Trata-se de uma época com traços próprios para o surgimento de uma força imaginativa menos otimista e descrente nas propostas e sonhos utópicos de séculos anteriores ou, notadamente, em relação ao racionalismo e utopismo tecnológico do século 19.
Metodologicamente o trabalho apresenta sete ensaios abordando cada um dos romances. Esses ensaios estão focados na maneira como a tecnologia e as formas de controle ao nível coletivo e individual estão presentes como temáticas recorrentes na construção das sociedades e indivíduos imaginados nessas distopias . Para tanto, são usados os textos originais, interpretações já produzidas a partir desses romances e reflexões sobre a distopia como perspectiva artística e crítica no século passado.
Antes, no entanto, de entrar na leitura propriamente dita desses textos, são abordados, com a ênfase necessária para esta pesquisa, os seguintes temas: os conceitos relacionados à literatura distópica e sua relação com a utopia; a questão da tecnologia e do controle como conceitos fortes na constituição do pensamento do século 20; e o contexto do entreguerras como momento que dá condições para a consolidação de uma literatura de feição distópica.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Grooming

Entre certas espécies de macacos há um hábito que tem merecido a atenção de estudiosos há mais de século. Um macaco está parado, muitas vezes sentado ao sol, e então outro se aproxima lentamente e começa a mexer no seu pelo. Ele fica ali passando os seus dedinhos de macaco, às vezes parece alisar, noutras parece enlouquecido catando piolhos. Ele fica, sobretudo, despendendo tempo em torno do outro macaco. Outros tantos macacos verão aquilo e mais outros tentarão se aproximar, em outro momento, dos tais macacos. Pode acontecer de um macaco ou macaca ter uma posição privilegiada entre a macacada e daí mais primatas embestarão de querer perder seu precioso tempo nessa atividade que nada parece ter de útil (o catar de piolhos é quase sempre uma encenação).
O termo para designar esse nobre hábito simiesco é grooming. Certamente causa prazer ao macaquinho afagado o cafuné providencial, mas a função política e pública do grooming é que faço questão de destacar aqui. Os outros macacos enxergam a situação e percebem as relações existentes, o servilismo público, os contatos autorizados, a troca de favores débeis. Os macacos mais fracos se especializam em oferecer seus cafunés públicos a quem quer que lhes pareça oportuno na construção de relações dentro do grupo. Eles vão se permitindo esse jogo de relacionamentos, de afagos, de trânsitos simbólicos.
No fim das contas, a maioria troca um afaguinho aqui, outro ali. Macacos não são animais tão evoluídos quanto humanos e o grooming tem sido uma das suas marcas de socialização. Somos, portanto, bem diferentes. Somos?
Proponho, a partir da breve síntese acima, uma definição antropológica para certos hábitos praticados com extensa e constante freqüência nas redes e mídias sociais como webgrooming. Preciso explicar mais?

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Biograma da Norwegian University of Life Science


A Norwegian University of Life Science possui uma curiosa identidade visual: ela é sempre viva, dinâmica, inconclusa.

O símbolo foi criado como um “Biograma” e todos os dias este símbolo apresenta uma disposição diferente na organização dos volumes dos círculos. O símbolo efetivamente tem vida e se parece com um organismo.

O sistema é baseado em 21 círculos com sete tamanhos possíveis cada. As mudanças dessas dimensões acontecem de acordo com a mudança das datas (há datas históricas para a universidade que já possuem símbolos específicos e são usados com propósitos comemorativos). Esse gerenciamento de volumes que se alteram pode ser observado numa espécie de site/programa que executa essa tarefa.

O sistema de identidade visual como um todo também é muito interessante.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Perec e o segredo

“Num banco não muito longe de você, um velho mumificado, imóvel, com os pés juntos, o queixo apoiado na extremidade da bengala que ele agarra com as duas mãoes, olha durante horas para o vazio diante de si. Você o admira. Procura-lhe o segredo, a fraqueza. Mas ele parece intocável. Deve ser surdo como uma porta, meio cego e paralítico. Ele nem sequer baba, não move os lábios, mal pisca. O sol gira em torno dele; talvez seu único cuidado consista em seguir a própria sombra; deve ter marcos há muito definidos; sua loucura, se for louco, talvez seja tomar-se por um relógio de sol. Assemelha-se a uma estátua, mas tem sobre ela a vantagem de poder levantar-se e andar, se quiser.” Georges Perec[1967]. Um homem que dorme. p. 48
...
O segredo oferece a opção. Dá aos não iniciados, aos não pertencentes, a dúvida. Dominar um segredo alheio e dominar uma fraqueza é ver além das paredes. Quem tem seus domínios mantidos, suas intimidades sob o seu próprio controle, não está à mercê de se tornar, portanto, um ameaçado pelo controle civilizador. É, antes, o risco, a dúvida, a possibilidade do descontrole, e isso não está em concordância com a ideia de previsibilidade da sociedade. O sujeito senhor de si tem a opção de levantar, de permanecer. De ser uma estátua, um humano, o que bem entender, pelo tempo que desejar. Isso é ameaçador, isso é mais do que a liberdade alardeada pela transparência total oferece.

A ideia de que uma sociedade permeada pela transparência, pelo compartilhamento dos saberes, pelo equilíbrio dos poderes (individuais, institucionais, estatais etc.), pelo ser completamente visível gerará um mundo menos corrupto, mais pacífico, mais igualitário, mais humano (no sentido otimista do termo) é a materialização da noção de homem como dispositivo controlável e autocontrolável. A utopia baseada numa premissa de que “se estou sendo visto por todos” manterei a dignidade, a ordem e o bem agir é constituir o homem não como um fluxo descontínuo e pulsional, um ser animal em sua essência, mas significa constituí-lo como criatura possivelmente moldável, possivelmente componível. “Confiança é bom, mas controle é melhor”, esse ditado alemão antigo diz em poucas palavras do que somos feito. De descompassos, de intrigas, de humanidades indesejáveis a uma mundo que caminha desde os primeiros grupos para a sua autopreservação. A manutenção da vida deve ser mantida, não interessa a que preço. Toda a forma de descontrole é vista como insatisfatória e para evitar o imprevisível a instrumentalização dos procedimentos sociais contribui para a equação da vida em rebanhos.

sábado, 6 de novembro de 2010

"A gente ama comunicação": ação para o Viva Unisc (turma de Dir. de Arte 2)

Por Taissi Alessandra

Na próxima quinta-feira, dia 11 de novembro, acontece o Viva Unisc, ocasião em que a Universidade recebe alunos do Ensino Médio de toda a região, com o objetivo de apresentar os cursos oferecidos pela Instituição.
Este ano, o estande do Curso de Comunicação Social conta com uma ação super diferenciada, onde os alunos terão a oportunidade de se expressar de uma maneira muito divertida. Será distribuído um material especialmente desenvolvido para essa data e os estudantes terão a sua disposição diversos recursos, que serão utilizados para responder de maneira criativa a seguinte pergunta: "Por que comunicação?"
 A resposta pode ser em forma de desenho, palavra, fotografia, recorte ou qualquer outra expressão. No final do dia será formado um grande mosaico, no qual estarão expostas as expressões dos alunos que passaram pelo estande durante o evento. Além de deixar sua expressão registrada, o aluno ainda receberá um exemplar do mesmo material, contendo informações sobre o curso, para levar para casa.
A ação está sendo planejada pela turma de Direção de Arte II, coordenada pelo professor Rudinei Kopp, e conta com a participação de todos os alunos da Comunicação.
Para saber mais é só acompanhar a hashtag #AGenteAmaComunicacao no Twitter, ficar ligado no que o pessoal do curso está postando e é claro, comparecer ao Ginásio de Esportes da Unisc no dia 11 de novembro para expressar o seu jeito de comunicar.

A gente AMA comunicação e você?

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sabres e Utopias

Como o escritor peruano Mario Vargas Llosa foi definido, na manhã de ontem, como o Nobel de Literatura deste ano, resolvi postar essa capa que acho uma bela aplicação de uma metáfora visual.
Fica a homenagem e o exemplo de uso do recurso criativo sobre o qual tanto falo em sala de aula.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Tempos de ufanismos

Santa Cruz está ritmo de festa. Passado o 20 de setembro, a Oktoberfest se aproxima e há cores nas ruas e praças. Este ano está havendo um especial empenho nessa questão das cores e até as floreiras da rua principal receberam o amarelo-vermelho-e-preto que fazem referência, obviamente, à bandeira da Alemanha. Há também as faixas penduradas nos arcos e o Túnel Verde está, portanto, tomado pelas três cores.
Isso causa certa curiosidade aos visitantes, orgulho a uns, agressão a mais tantos e indiferença a sabe-se lá quantos. Tenho a minha opinião sobre isso.
Sabidamente essa festa, a Oktoberfest, não tem relação histórica com os antepassados alemães que para cá vieram lá pelo século XIX. Foi uma festa inventada ali pelo começo da década de 1980 com o propósito de substituir a Fenaf – a Festa Nacional do Fumo – que já começava a parecer meio esquisita como festa. Como havia o parque, a colonização alemã e as possíveis relações com a festa de Munique, a disposição de fazer uma festa turística e assim por diante, foi lançada a Oktoberfest e assim é até hoje.
Sinceramente, nem me interessa se a festa tem algum traço de autenticidade ou não. A Oktober é uma festa turística, uma grande quermesse (isso sim tem a ver com o que se faz há décadas), muito chopp, comilança, pegação, música sertaneja, bandinhas, uma feira comercial e, talvez, um pouco mais ou um pouco menos.
Se entendermos assim, como uma festa para atrair gente, chamar a atenção para a cidade e movimentar o comércio e afins, está tudo bem. O problema é quando isso ganha status de expressão cultural e começamos a associar nosso orgulho e nossos ímpetos patrióticos às cores da bandeira alemã como algo sério.
Para o bem ou para o mal, não somos a Alemanha. Se fôssemos, muita coisa seria diferente. Teríamos bons serviços públicos para a maioria da população (coisas como transporte público, educação, saúde etc.), segurança pública, um trânsito organizado e com motoristas conscientes. Por outro lado, pagaríamos mais impostos, as leis seriam aplicadas a todos, comeríamos menos carne, nem poderíamos dirigir embriagados depois da Oktober e pencas de políticos nem poderiam se candidatar por conta de suas carreiras medonhas. Poderia, enfim, ser mais chato, mais complicado, não é?
Não nos ufanemos com as cores. Por outro lado, não há porque se lamentar. Temos aqui o nosso jeito de viver que é inevitavelmente brasileiro. Podemos melhorar? Claro.
Parece-me que ter uma visão cultural que não seja segmentada é um bom começo. Fala-se muito em multiculturalismo, mas isso pode simplesmente servir como recurso para darmos vazão às tantas formas sectárias de cultura. Ou seja, um grupo “x” até reconhece a legitimidade da “alemoada” ou da “gauchada”, mas também quer uma fatia da verba pública ou dos patrocínios para as suas festas e manifestações igualmente apartadas e baseadas em passados inventados, idealizados e heróicos.
Questões:
a) Conseguimos viver sem essas identidades isoladas?
b) É possível termos uma visão e um agir mais cosmopolitas?

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Cartazes da turma de Dir. de Arte I (2010/2 - UNISC)

















Os cartazes acima foram desenvolvidos pelos meus alunos da turma de Direção de Arte I (PP/UNISC) deste semestre.
O trabalho consistia em aplicar figuras de linguagens à comunicação gráfica adequadas ao conto "O Evangelho segundo Marcos", de Jorge Luis Borges.
O conto serviu como enredo para o suposto filme e a ênfase do trabalho criativo deveria passar pela síntese da história através de elementos visuais simbólicos e marcantes. Cada dupla ou aluno achou uma forma de representar as sensações do belo conto de Borges.

Os alunos responsáveis, em sequência de acordo com a apresentação dos cartazes, são os seguintes:
Jonatas e Luciano; Júlia; Andrezza; João e Bira; Maurício e Rodrigo;
Josi; Gabriela; Etine; e Janice e Grasiela.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Arte Local III na Casa das Artes





















ARTE LOCAL III


I. A exposição “Arte Local III” acontecerá durante o mês de outubro de 2010, com o objetivo de divulgar o trabalho dos artistas de Santa Cruz do Sul.

II. A Exposição será realizada no mês de outubro de 2010 (05 a 29 de outubro).
Montagem da exposição:
Dia 04 de outubro (a partir das 17:30h)
A montagem da exposição deverá ser feita pelos artistas participantes.

IV. Os trabalhos poderão ser colocados à venda, sendo de 10% a comissão para a Associação Pró-cultura.

V. Modalidades: pintura,desenho,gravura,escultura,cerâmica, fotografia.

VI . Será exposto um trabalho por artista.

VII. O trabalho não poderá ultrapassar a dimensão máxima de 80cm x 80cm, incluindo a moldura (pintura, desenho, gravura).

VIII . Contribuição para coquetel e banner :
Artistas associados: R$15,00
Não sócios: R$25,00

X. As inscrições deverão ser feitas e entregues na secretaria da Casa das Artes Regina Simonis até dia 25 de setembro juntamente com o trabalho a ser exposto (horário - 9:00 às 11:30 e das 14:00 às 17:00 horas)e a ficha de inscrição devidamente preenchida.

XI. A abertura da exposição será no dia 05 de outubro às 19:30h
XII . Retirada das obras : dia 30 de outubro pela manhã

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Vagas para direção de arte e pré-impressão

Duas agências e uma empresa do ramo gráfico, as três aqui de Santa Cruz, estão procurando profissionais para direção de arte e finalização. Os pré-requisitos são: conhecimentos em Corel, Illustrator e Photoshop, espírito de equipe, vontade de aprender etc.
Quem estiver interessado, manda um mail para rudinei_kopp@yahoo.com.br que eu faço a indicação pessoal.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Capa de Noites em chamas

Aprovada e finalizada a capa do livro de poesias de Romar Beling basta aguardarmos o lançamento.
Isso deverá acontecer nas próximas semanas.
O livro será publicado pela Editora da Gazeta e reúne uma fração das centenas de poesias produzidas - e até então não publicadas - pelo jornalista e escritor.
Captei essa foto há mais de cinco anos próximo ao Estádio dos Plátanos (Santa Cruz do Sul) e esperava por um bom momento para usá-la. O momento chegou e aí está.

sábado, 14 de agosto de 2010

VT da Feira do Livro na Unisc TV



A turma de Produção em RTVC do Curso (2010/1) de Publicidade da Unisc recebeu a tarefa de criar um VT comercial de um minuto para a 23ª Feira do Livro de SCS no semestre passado.
A peça selecionada foi esta e neste final de semana ela começa a ser veiculada na Unisc TV (Canal 15 da NET Santa Cruz).
Os dados sobre a equipe envolvida constam na ficha técnica exibida ao final do comercial.
Parabéns aos alunos, professores e técnicos da Unisc.

Obs.: em vista das condições de briefing e produção foi definido como linha criativa o 'estímulo à leitura' como tema a ser seguido pelos alunos. Por isso não dá para perceber uma relação imediata entre a campanha publicitária para a Feira deste ano e o VT exposto acima.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Publicidade aos berros: chega!

Faz tempo que a gritaria em nossas cidades me incomoda. Especialmente a gritaria dos carros de som e das pessoas que insistem em ficar na frente das lojas anunciando promoções diversas.
Uma caminhada pelas ruas poderia ser muito mais agradável sem isso. Como cidadãos ganharíamos qualidade de vida ao podermos caminhar ou trafegar sem a poluição sonora que faz cidades pequenas como Santa Cruz serem mais barulhentas do que outras com mais de um milhão habitantes que existem pelo mundo.
Hoje, por exemplo, durante o percurso, a pé, de um trecho de uma quadra na Marechal Floriano pude notar três carros de som aos brados e mais um infeliz berrando ofertas em frente a uma loja. É demais. Não há Túnel Verde que se mantenha agradável com esse tipo de publicidade.
Fico pensando, no entanto, se isso incomoda mais pessoas além de mim. Fico pensando se isso não parece até como um sinônimo de cidade grande para muita gente. Fico pensando se aqueles que desfilam com seus carros no volume máximo não endossam essa forma grotesca de se expressar. Fico pensando se esse tipo de publicidade consegue ser eficiente e todos acham isso tudo muito natural.
Da minha parte tenho prestado atenção a essas lojas e anunciantes e tenho-os evitado.
O ideal seria uma lei municipal proibindo isso. Leis desse tipo é que ajudam a construir cidades ou países bons para viver. Já há espaço suficiente para divulgação de marcas e serviços e ninguém deveria ser obrigado a ouvir publicidade compulsoriamente enquanto transita pelas ruas. Será que é tão complicado?

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Mídia alternativa da Feira 2010 (matéria na Gazeta)

Saiu uma matéria na Gazeta de hoje sobre os adesivos com os mini-contos de Leonardo Brasiliense.
Ao todo foram selecionados dez textos e eles estão dispostos em adesivos de vidro (voltados para a parte interna) e em placas de alças para passageiros.
Confira o texto completo aqui.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Site da Feira






O site da 23ª Feira do Livro de Santa Cruz do Sul está no ar.
As informações disponíveis ainda são tímidas. Mas isso deverá mudar já nos próximos dias.
Obrigado pela força, Paulo Pinheiro!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

"O segredo do teus olhos" em cartaz em Santa Cruz

Começa hoje à noite a exibição de O segredo dos teus olhos numa das salas do cinema aqui de Santa Cruz.
Imperdível. Já comentei sobre o filme  num post anterior.

O Segredo dos Seus Olhos, de Juan José Campanella, em primeira semana.

Sinopse: oficial de justiça aposentado se dedica a escrever um livro e usa sua experiência para contar uma história trágica, a qual foi testemunha. Com Ricardo Darín, Pablo Rago.

Gênero: drama.

Origem: Argentina/Espanha, 2009.

Censura: 16 anos.

Duração: 130 minutos.

Horários: 19 e 21h30.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O Sujeito

Apertou no botão do 11º andar. Depois de o elevador ter voltado quatro vezes ao térreo, acordou e desceu. Saiu para a rua, andou uma quadra. Não estava no 11º. Voltou e fez o que havia programado fazer.
O carro estava com as janelas abertas e o celular atirado sobre o banco. Ninguém percebeu, tampouco ele e nada saiu do lugar. Ligou o carro e chegou ao trabalho. Estava adiantado, mas não mais do que uma hora. Não estranhou que o escritório ainda estivesse vazio. Não leu o jornal, ele não estava sobre a mesinha na sala do café. Tudo normal.
Atendeu ao telefone mais de 20 vezes. Não resolveu nenhum dos problemas. Foi pra casa satisfeito. Tarde resolvida e hora de jogar Wii.
Não se passava um só dia que não houvesse alguma novidade, alguma situação excitante. Nada lhe dizia respeito. Nem as linhas duras que nasciam. Nem a invisibilidade. Nem o sumiço da memória.
O mundo se transformou num fluxo de signos vazios. Significantes puros fluindo ao redor do Sujeito. Não era algo sobre o qual pensasse ou se desse conta. Ele já era um objeto movido pelo fluxo e só existia por ser algo assim. O estado constante das efemeridades sobrepostas preenchia o vácuo. Uma quarta dimensão sem as outras três.
Viveu. Nem nasceu, nem morreu. Viveu e era o que se podia dizer porque só havia a constância de um estar por ali. Ninguém mandou um telegrama avisando sobre a morte do significado. Conheceu a eternidade, mas nunca conheceu o seu sentido. Não fazia mesmo sentido.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Fotos noturnas

Fazia horas que não me estimulava a fotografar alguma coisa.
Semana passada decidi sair com minha Sony V1 e tentar registrar uma esquina pela qual passo diariamente e sempre me chama a atenção por seu contraste, por sua capacidade cenográfica. Fotografei-a antes de desaparecer. Uma hora dessas alguém acha que os pés de pêra estão atrapalhando ou o antigo prédio da fábrica de óleo é demolido, bom, e daí já era. Perdi várias cenas pela cidade ao protelar minhas ideias.





















Como estava pela rua mesmo já aproveitei e fiz mais uma da Igreja Luterana (na Venâncio Aires com a 7 de Setembro). Uma foto trivial. Vale mais pela oportunidade de fotografar sem o prédio que havia na frente, tornando, assim, o ângulo mais fácil de ser trabalhado.
Outra nota. A iluminação, o estado e o entorno da igreja estão em excelente estado e facilitam qualquer olhar, seja de um turista, de um pedestre, de um crente, de um fotógrafo.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Juan José Campanella

Achei que "A fita branca" era imbatível como concorrente ao Oscar de melhor filme estrangeiro este ano. Enganei-me. Fui ver, tempos depois, o ganhador: "O segredo dos teus olhos", de Juan José Campanella. Não cheguei a mudar radicalmente de opinião. No entanto, esse diretor, já com longa trajetória, que até então eu havia feito pouco caso, por pura falta de curiosidade mesmo, entra para a minha listinha de grandes diretores contemporâneos.
Desde "O segredo", já vi "O filho da noiva" (2001) e "El mismo amor, la misma lluvia" (1999). Sei, sei, muita gente já viu e gostou. O quê posso fazer? Vi agora, na sequência, e posto aqui como sugestão de bom cinema atual.
Não procure por grandes inovações estéticas, mas para quem, assim como eu, gosta de uma história bem contada, com tramas habilmente entrelaçadas e uma contextualização bem elaborada com as condições históricas de fundo, eis o diretor.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

das trivialidades

Enquanto eu invisto meu tempo - meu precioso tempo! - lendo Verão (de Coetzee), pensando em como dar forma e sentido a uma tese que se arrasta, planejando uma viagem, avaliando provas e comprando o presente para o dia da minha mãe, o mundo insiste em se manifestar com sua notável indiferença.
Lá longe, as manifestações dos gregos matam pessoas, a bolsa cai, o dólar sobe, o papa tenta explicar a pedofilia, o petróleo se espalha pelo mar, o fanatismo continua a semear o terror e a ladainha segue.
Por aqui, as casas racham, a corrupção galopa, a ambição dos donos do mercado imobiliário não respeita nada e a incompetência para gerenciar o interesse público vira a regra.
Só mais uma semana nos nossos dias. Sim, e todos sobreviverão apenas porque é inevitável.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Ausência


Cortou caminho pela praça. Começou a travessia usando um corte da quadra em 45 graus. A hipotenusa era mais curta. Matemática prosaica. Deparou-se com o chafariz e seus cavalos-marinhos que cospem água. Fazer a volta, e era inevitável, tornaria o tal caminho mais curto num percurso semelhante à soma dos catetos.
Caminhando cada vez mais lentamente e batendo com os dedos na murada de metal no entorno do chafariz ele acabou parando. Isto ele nem notou.
Desde um tempo já esquecido isso acontecia. Pensava mais um pouco e “acontecer” já não parecia ser o verbo adequado. Desde esse tempo inexistente, porque era incapaz de ser lembrado, ele era. Isso. Ele era assim. Não se tratava de algo que acontecia a espaços de tempos regulares ou não.
Pensou se tratar, depois de solucionado o verbo, de um traço inato. Caiu mal o adjetivo. Por conta disso declarou que inato não era. Seria, então, adquirido. O tempo e as coisas mundanas o tornaram. Tornar-se. Isso sim caía bem. O capricho do pensamento fez ‘ser’ e ‘tornar-se’ entrarem em conflito. Era questão de ordem, pensou. Ele se tornou quem era e desde que se transformou passou a ser quem de fato era. Pois estava bem feita a equação.
A paz, mesmo assim, não encontrou recanto.
Ele era algo e só pode concluir isso. Mas esse era, esse ser não encontrava um eco, uma só palavra que pudesse fazê-lo, pelo menos, discordar. A pergunta era seguida de um silêncio absoluto. Esse lugar quieto e inerte ganhou o nome de ausência. Nessa ausência ele se acomodava com constância.
Naquele canto habitado pelas perguntas que perdem a matéria, ele achou quem era e como havia se tornado nisso. Uma maldição de tempo infinito lançada por uma boca muda tornara-o aquele que nunca está onde está, aquele que sempre foi ou será, aquele que é ausente.
Aquele ponteiro, durante a ausência, continuava sendo uma reta presa a um ponto que servia para fazê-la girar em seu eixo. Contou 180 graus de giro durante o vácuo. Viu-se, ali no meio da praça, como um ponteiro imóvel. Seguiu adiante. Já era tarde.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Concurso fotográfico SESC-RS (edição 2010)

Recebi o prêmio de melhor foto na categoria 'comerciários' no concurso que o SESC-RS promove há sete anos.
Confira a matéria publicada na Gazeta do Sul de hoje.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Texto do Gustavo Ioschpe na Veja desta semana

O texto não está disponível na web ainda e por isso não tenho como fazer um link para a leitura do dito cujo.
De qualquer forma, sugiro a leitura a todos. O texto fala sobre a relação entre educação, capital humano e desenvolvimento econômico em diversos países durante o período de 1960 a 1992.
Ioschpe nos chama a atenção para o fato de estarmos nos encaminhando para a consolidação do Brasil como uma potência econômica, no entanto, esse desenvolvimento não tem sido acompanhado por melhoras significativas na educação. Seremos e somos, nas palavras dele e com as quais eu concordo e faço coro, uma 'potência de iletrados'.
Lemos mal, escrevemos mal, calculamos mal e assim por diante. Um dado se destaca entre os tantos que o autor recupera. Se levássemos em consideração aquilo que se considera como um padrão aceitável em termos mundiais o conceito de sujeito alfabetizado, teríamos apenas 25% da população brasileira contemplada nesse patamar. Essa tal de alfabetização ideal significa considerar alguém que entenda um texto como o que está expresso na própria revista.
Defender a educação como algo estratégico, entendê-la como crucial para alcançaramos um desenvolvimento duradouro, com uma visão política madura e de longo prazo são parâmetros que não podem ficar colados a ideologias políticas de esquerda ou de direita. Devem ser privilegiados com ações bem elaboradas na qualificação dos currículos, na atração de bons professores, na avaliação constante de educadores e alunos e assim por diante. Bons salários, obviamente, são necessários e tanto melhor será se eles servirem de incentivo e forem destinados àqueles que fazem o melhor trabalho.

Já que não tenho texto desta semana, segue este de um ano atrás. A forma de pensar é a mesma e os dados são outros.

domingo, 11 de abril de 2010

Parabéns, Mãe.


A cara meio bolachuda sorri com satisfação. Não é um sorriso abestalhado de comercial de pasta de dentes. É aquela manifestação involuntária da plenitude. Ele nem nota que sorri.
Ela não sorri. A expressão do olhar é apenas serena. Uma feição simples e completa.
De mãos dadas, seguem pela calçada nem tão larga da Coronel Brito. O filho com seus oito ou nove anos e a mãe recém passando dos 40. Ela pelo lado da rua e ele pelo lado das lojas. As mãos balançam intensamente pra frente e para trás e aquele cordão de outros tempos se mantém intacto. Uma breve troca de olhares, eles dizem qualquer coisa e ela concorda com um risinho de conhecidos de vida inteira. 
Depois de 20 ou 30 anos eles não lembrarão daquela tarde comum de sábado na qual foram até o centro.
O menino quem sabe nem tenha mais a cara bolachuda e não lembrará dessa ou dessas tardes. Talvez se recorde do sorvete do Quiosque ou da Mônica, do pastel da Jamaica ou do Sulzbacher, de uma frisante Polar no Gasparzinho. Não lembrará que a fila do sorvete era longa e lenta, que certos ambientes causavam constrangimento à mãe. Ele nunca saberá desses detalhes, ela nunca permitirá que ele saiba.
Ele ainda não sabe, mas aquele sentimento pleno e irrefletido pertencerá a outro tempo. A uma época que ele não alcançará mais. Sentirá, algum dia, saudades de algo que não saberá descrever. Apenas sentirá.
Ela saberá para sempre cada detalhe desses dias. Carregará cada história em cada entrelinha. Haverá dias que isso a salvará, noutros será um pesadelo. Sua saudade poderá sempre ser descrita passo a passo, ela nunca permitirá que ele saiba.

sábado, 10 de abril de 2010

Cartaz da Feira 2010

Aí está o cartaz aprovado para a Feira do Livro de SCS deste ano.
Na última reunião da comissão (06/04) ele foi aprovado e revisado.
A caricatura é trabalho (já postado aqui) do Hugo e o restante do trabalho visual e de redação foi feito por mim.
O slogan ("Ler é 10") foi definido pela comissão desde o ano passado.

Obs.: o rodapé ainda não está pronto. Falta o fechamento de atrações, patrocinadores e apoiadores. Possivelmente, dentro de um mês esses itens estarão resolvidos.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Encéfalos esponjosos


Tem dias que outra pessoa consegue manifestar de forma tão precisa o que sentimos que o melhor é nem tentar falar com as próprias palavras. O texto abaixo é um exemplo absoluto disso.
...
Terminou o "BBB10". Graças a Deus. Estamos livres. Estava ficando difícil evitar os comentários sobre o Besteirol Baixaria Brasil. Ou Bundas Brasileiras Balançando. Bastava ligar a televisão, a qualquer hora do dia ou da noite, para se ver ao menos uma chamada com uma bunda rebolando ou um cara afagando os países baixos. Pensei em fugir para o exterior. Havia sempre alguém no lotação falando no celular sobre as espetaculares discussões filosóficas travadas entre os protagonistas do jogo. Poucas vezes uma rede de televisão foi tão bem-sucedida na escolha de um grupo de QI reduzido. Não deve ter passado de 180 somando-se todos os integrantes.

A televisão costuma ser um poderoso instrumento de emburrecimento. O "Big Brother", para usar mais uma expressão de Jean Baudrillard, privilegia os encéfalos esponjosos, tanto dos participantes quanto dos telespectadores. É o programa mais idiota da história recente da televisão brasileira. Vi duas noites seguidas e senti meu cérebro tomando a consistência de uma gelatina ou de um mocotó. Ganhou um tal de Marcelo Dourado, gaúcho, filho de uma astróloga, certamente responsável pela sofisticada cultura do filho. Dourado destacou-se pelas suas declarações contra os homossexuais. O Brasil reacionário adorou. Venceu aquele que tem a cara do país: bronco, conservador e homofóbico.

Durante meses, milhões de pessoas submeteram-se a um triste espetáculo com disputas infantilizadoras e uma terminologia babaca escolhida para tocar o coração de antas, pacas e telespectadores: colar do anjo, brothers, sisters, big fone, confessionário, casa mais vigiada do Brasil, castigo do monstro, pular amarelinha vestido de criança, imunização, etc. Dourado levou R$ 1,5 milhão pela sua extraordinária capacidade de representar a estupidez nacional. Certamente desfilará em carro de bombeiro ao chegar em Porto Alegre. É o nosso novo Bento Gonçalves. O Rio Grande do Sul está orgulhoso do seu filho dileto. O "BBB" é uma atividade terapêutica de regressão. Até o apresentador, Pedro Bial, regrediu. Passou de bom repórter a animador de uma baixaria anual. Parece feliz. Deve ter encontrado o seu "eu" profundo.

Por que as pessoas veem o "Big Brother"?

Porque está à altura das suas competências intelectuais. O "BBB" é o equivalente televisivo da literatura de Paulo Coelho. Dizem que a Rede Globo assinou contrato para exibir mais 40 edições do "BBB". Se isso for verdade, quero migrar para a Sibéria com uma coleção de DVDs de Zorra Total e um pôster da dupla Victor e Leo. Topo tudo. Suporto qualquer coisa. O Ronan Prigent, adido cultural da França em Porto Alegre, foi transferido para Ekaterinemburgo. Pedirei que me acolha por lá. Trabalharei fazendo faxina ou recuperando encadernações das obras de Lenin. Suportarei temperaturas de 45 graus negativos. Só quero ficar livre dos fãs do "BBB". Não quero ter o azar de encontrar o Dourado na rua.

Texto de Juremir Machado da Silva, na sua coluna de hoje no Correio do Povo

quarta-feira, 31 de março de 2010

Imagem de João Ubaldo Ribeiro

O Hugo me passou hoje à tarde a caricatura do João Ubaldo para a divulgação da Feira. Essa imagem fará parte das peças publicitárias. Semana que vem postarei alguma coisa da campanha.
Os direitos autorais sobre a ilustração estão liberados. Qualquer veículo pode usar sem problemas.Basta manter a assinatura do artista.
Caso alguém queira o arquivo com maior resolução, entre em contato comigo.

Diretora de planejamento da Competence vem para Saideira (SCS)

O primeiro 'Saideira' do ano terá a presença de Patrícia Carneiro, diretora de planejamento da agência de publicidade Competence - considerada a maior agência independente do Rio Grande do Sul. Patrícia irá falar sobre o planejamento em comunicação com ênfase em branding. O Saideira será dia 12 de abril, às 19h, na Livraria e Cafeteria Iluminura. A atividade é aberta e gratuita. O evento é promovido pelo curso de Comunicação Social da Universidade de Santa Cruz do Sul.
 A profissional ainda palestra na terça-feira, 13/4, pela manhã, no curso de Comunicação Social da Unisc para os alunos de Publicidade e Propaganda. A atividade se inicia às 8h30min, na sala 101, e o tema é planejamento criativo. Mais informações sobre os eventos pelo fone (51) 3717-7383.

 Patricia Carneiro é formada em Comunicação Social, tem especialização em Marketing e é mestre em Educação. Na área de planejamento, já atuou como executiva, gerente e diretora de planejamento de comunicação e marcas na Martins+Andrade, Escala e Matriz. Hoje integra a área de planejamento da Competence, atuando como diretora do Núcleo de Clientes Institucionais, Produtos e Serviços. A Competence, por sua vez, atende pelas contas do Hospital Mãe de Deus, Rádio Gaúcha, Sicredi, Itaipu Binacional, entre outros.

 

segunda-feira, 29 de março de 2010

Blogs que tenham a ver com literatura

Uma das ações que estou proponto para a Feira do Livro de SCS é a reunião e a divulgação de blogs produzidos por pessoas da região que tenham alguma relação com a literatura. Podem ser blogs que divulguem resenhas, produção ficcional, dicas, ou seja, qualquer coisa que promova a leitura e a produção literária.
Quem tiver algum blog ou souber de alguém que possua algo nesse sentido, por favor, entre em contato comigo (rudinei_kopp@yahoo.com.br). Dessa forma terei condições de anexar a certos materiais da Feira esses endereços.
Obrigado.

sábado, 27 de março de 2010

Hugo Braz premiado no XVIII Salão Internacional de Desenho para a Imprensa

É uma grande honra anunciar neste blog o prêmio que Hugo Braz - grande amigo e parceiro de trabalhos - recebeu esta semana no XVIII Salão Internacional de Desenho para a Imprensa de Porto Alegre.
O prêmio foi conquistado na categoria 'caricatura' com o trabalho "Piazzolla" exposto aí ao lado.
Infelizmente a resolução está baixa e esta é a única imagem que disponho no momento.
Parabéns, Hugo. O reconhecimento é merecido.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Pense global, exploda o local


Fazia tempo que ela tinha deixado de estranhar. Pela terceira vez, na mesma tarde, eu entrava na tal livraria. Desta vez, porém, ela preferiu esperar no café anexo.
Fui direto até as prateleiras de sociologia. Procurava por mais um Bauman sobre o qual ouvira falar dias atrás. Prefiro procurar a pedir aos atendentes. Sempre há o risco de se encontrar coisas interessantes durante a mineração.
A primeira coisa que acaba me chamando a atenção é uma garrafa plástica com, supostamente, água mineral sobre a terceira ou quarta prateleira. Na mesma hora desconfio.
Não haveria ali uma câmera miniatura transmitindo ou gravando aquilo que estava pesquisando? Quem estaria fazendo esse tipo de monitoramento na seção de ciências sociais e afins? Será que ela grava e alguém busca os arquivos mais tarde? Onde ficaria a câmera? Na tampinha azul? Estaria oculta pelo rótulo? Minhas leituras me colocarão em risco? E se essa garrafinha virar e molhar os livros? Por que alguém deixa uma garrafa num lugar desses? Pior do que isso. E se for algum tipo de explosivo líquido? Quanta destruição aquela quantidade seria capaz de produzir? Como alguém burlou a segurança e entrou com isso? Morrerei como um mártir anônimo? Agora é isso: o terrorismo fashion dos explosivos líquidos. E se alguém pensar que fui eu quem a colocou ali?
Desisto de ‘Medo líquido’. Saio apressado olhando para os lados. Suspeito pelo caminho de um barbudo e de uma menina com cabelo preso. Deixo a garrafinha e Zygmunt para trás. Volto amanhã. Volto outro dia.
Chego à mesa onde ela me aguardava. A mineral que ela pediu nem chegou ainda.
“Já achou o livro? Como você foi rápido!”
“É, né? Vamos embora?”
“E a minha água?”

quarta-feira, 24 de março de 2010

Marca da 23ª Feira do Livro

Desde o ano passado a Feira do Livro de SCS tem uma marca fixa.
As mudanças de campanha publicitária de uma edição para a outra serão em termos de definições de temáticas ou ênfases definidas pela comissão.
A campanha deste ano ainda não está pronta. A marca (a adaptação dela, na verdade) e o slogan, no entanto, já foram definidos e podem ser empregados.
Disponibilizei esta versão vertical. Caso alguém necessite de variações da marca (resoluções mais altas, negativos, arquivo em vetor, versão horizontal etc.) mande um e-mail que eu providenciarei o arquivo.

Quem quiser saber mais sobre a marca é só entrar no blog do Rodrigo Brod (Dobro).

terça-feira, 23 de março de 2010

João Ubaldo Ribeiro e Daniel Galera: datas confirmadas

Os escritores João Ubaldo Ribeiro e Daniel Galera já haviam confirmado suas participações na Feira do Livro de Santa Cruz do Sul deste ano. Faltava, no entanto, a confirmação das datas. Na reunião de hoje, finalizada às 11 horas, houve, enfim, essa definição.
João Ubaldo Ribeiro estará por aqui nos dias 31 de agosto e 1º de setembro e Daniel Galera no dia 2 de setembro.
Altair Martins também está confirmado para o dia 3.

sábado, 13 de março de 2010

Resenha do livro "Raízes do mal"

Saiu na Gazeta do Sul de hoje a resenha que escrevi sobre o livro Raízes do mal (Sulina, 2009) de Maurice Dantec.
Segue o link do arquivo em PDF.
Boa leitura!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Olhos negros


Não me venhas com esses olhos cheios de ternura. Sei bem o que queres de mim. Não me prometas isso ou aquilo. Não creio em ti. Já te vi noutros tempos e tu não eras assim. Estás remoçada, repaginada. Mas te conheço. Não me prometas nada. Já disse.
Teu hálito melhorou, teus dentes estão brancos. Essa roupa ficou bem em ti. Mas não me prometas nada. Por favor, vá embora.
Queres conversar? Sei, és inteligente, conheces tudo do mundo. Não me interessa. Não demora e estarás a me fazer promessas, propondo acordos. Conheço a tua lábia. Tua astúcia me fascina, teus olhos negros me seduzem, tuas promessas me agradam.
Mais uma vez erraste o dia. Concordo, te espiei, flertei. Reconheço. Mas eu não pedi para aparecer de novo.
Ficas com os teus. Esqueça-me por uns tempos. Será bom para nós dois. Sei, tens tempo de sobra e muita afeição por mim. Já te chamei nas piores horas e apareceste sem cerimônia. Teu hálito me assustou. Até a tua voz parece mais suave hoje.
Quem sabe uma taça e apenas conversamos?
Sabia que aceitaria. Teu cheiro está agradável. Chanel? Não. Eu sempre pergunto se é esse. Não conheço muitos outros. Eu não identifico, na verdade. Torço para ser, sempre torço. Se acerto, ponto pra mim. Caso não, digo que é parecido.
Tu nunca havias ouvido isso de mim? É, estou precisando de companhia. Posso fazer algo para jantarmos. O que achas?
Excelente. Posso servir um cordeiro. Não tenho muita coisa em casa, mas com um vinho sempre cai bem. Posso botar uma música? Piaff é muito agradável. Espero que gostes. Sei que gostas.
Bom, não? Tenho ouvido muito. Esse cheiro de alho nas mãos não te incomoda?
O tempo te fez muito bem. Tu estás muito tranquila hoje. Isso é bom.
Nunca havia reparado como os teus lábios são bonitos. Sempre disse que adorava os teus olhos. Teu cabelo ficou muito bem assim. Essa música é linda. Teu beijo é tão suave, tão doce. Por que nunca falaste isso antes? Ah, tu és mesma cheia de surpresas. Posso te levar até a janela? A noite está linda. Isso, podes te debruçar.
Ah, Morte! Foste, hoje, uma tola. Aqui de cima ficou até bonito esse salto, esse vôo, esse estrebuchar.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Palestra na Escola de Design da Unisinos

Palestrei ontem à noite na Escola de Design da Unisinos em Porto Alegre.
O evento faz parte de uma série de palestras oferecidas anualmente, pela escola, identificado como Design+.
Este post tem o propósito de deixar meu agradecimento registrado a todos que lá estiveram, às  observações e questões propostas pela platéia, às pessoas que gentilmente adquiriram meu livro ao final ou que trouxeram exemplares comprados em outro momento, ao Fabrício (coordenador da graduação em Design Gráfico) e à Escola de Design da Unisinos pela oportunidade.
Quem ainda quiser adquirir o "Design gráfico cambiante" ao preço promocional de R$ 20,00, basta entrar em contato comigo através do e-mail rudinei_kopp@yahoo.com.br.
Espero que a conversa de ontem sirva também para estreitar laços de pesquisa e trocas de informações em torno de um assunto que diz respeito às nossas aspirações profissionais e paixões: o design.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Das Weisse Band (Michael Haneke, 2009)


A Fita Branca é desses filmes que não nos deixam em paz mesmo alguns dias depois que o tenhamos assistido. Michael Haneke tem esse talento. Caché produziu o mesmo efeito em mim.
Nessa produção muito bem conduzida em termos de fotografia, roteiro e direção, temos uma narrativa que se passa em 1913 numa aldeia no interior da Alemanha. Logo no início o narrador (que é o professor da escola e regente do coral da escola) faz um breve alerta sobre o fato de essa história poder revelar, mesmo que de forma sutil, algumas explicações para determinadas coisas que viriam a acontecer no país anos depois.
A crítica tem identificado essas explicações no sentido de entender um certo terreno psicológico, social e cultural para o nazismo. É uma possibilidade de significado bem aceitável nas condições com as quais acabamos nos deparando no decorrer do filme.
O enredo tem seu eixo baseado em eventos sinistros que chamam a atenção da aldeia. Um arame é posto no caminho que o médico do vilarejo percorre normalmente com o seu cavalo, provocando, assim, um sério acidente. Uma mulher morre ao romper o assoalho frágil de uma serraria e cair no porão. O filho do barão é açoitado e pendurado pelos pés. Um celeiro é incendiado. Um menino deficiente é torturado e tem os olhos furados.
Os culpados não são encontrados. Os tais eventos chocam por um tempo e acabam esquecidos. Nada é descoberto. A sequência de eventos que oscila entre a violência crua nos ambientes domésticos, a ternura inocente de gestos simples e a brutalidade das relações e das condições cria um suspense realçado pela bela fotografia em preto & branco.
Nessa teia complexa de acontecimentos as crianças estão sempre presentes. Apesar de as figuras adultas conduzirem a maior parte dos textos é o grupo de crianças a personagem principal. Delas se exige um comportamento controlado. O título do filme parte justamente de um símbolo relacionado à pureza e à ingenuidade. Uma filha e um filho do pastor são reprimidos num certo momento por má conduta – eles somem por um longo período, chegam tarde à casa da família e atrasam a janta – e, como forma de lembrá-los a manter o bom caminho, a mãe coloca uma fita branca presa ao corpo (no menino será no braço e na menina no cabelo). Dessa forma eles não esqueceriam como se deve agir com retidão. Haveria preso em seu corpo uma marca evocadora.
O filme é repleto de signos. Tudo bem conduzido, sem exageros e com sutilezas que tornam a obra mais uma peça fundamental de reflexão da maneira como as sociedades se desenham.
Trata-se, no entanto, de psicologia barata imaginar que o filme fala apenas da Alemanha. Seria como assistir Dogville ou Beleza americana e  ver apenas a sociedade norte-americana; ou assistir Cidade de Deus e imaginar que há ali apenas um retrato isolado das condições cariocas para o surgimento da violência urbana.
O professor – um homem apaixonado e de hábitos moderados e éticos – percebe, num certo momento, que as crueldades podem estar sendo praticados pelas cândidas e graciosas crianças da aldeia. O pastor, o único a saber dessa suspeita, repreende-o, enxota-o. O professor, aos seus olhos, é um depravado por imaginar tal sandice.
A Primeira Guerra eclode. A vida segue. Ninguém é punido. Lesados fogem, desaparecem da aldeia e tornam-se suspeitos. Porém, não podemos nos enganar, nesse micro-cosmo ninguém é inocente e a única culpa punível é não saber conduzir a imagem do rigor e da pureza.

Especialização: Edição em Jornalismo (Unisc)



Inscrições para o pós Edição em Jornalismo podem ser realizadas até o dia 14 de março.
Aulas se iniciam dia 9 de abril e têm duração de três semestres, em um total de 360 horas/aula




Se você é jornalista graduado, ou irá se graduar em 2010/1, e quer se
especializar na prática de edição, tem até o dia 14 de março para se inscrever
no curso de pós-graduação Edição em Jornalismo da Universidade de Santa
Cruz do Sul (Unisc).
O curso, cujas aulas se iniciam dia 9 de abril e têm duração de três semestres, em um total de
360 horas/aula, oferece a compreensão teórico-conceitual do que representa a edição em
jornalismo; em especial no que a função tem de viabilizadora do processo jornalístico como um
todo.
As disciplinas do Pós-graduação Edição em Jornalismo estão divididas em seis módulos, com
aulas ministradas por profissionais de reconhecida competência acadêmica e profissional.
O conteúdo engloba jornalismo impresso (jornais, revistas e design de capas, principalmente),
digital (webjornais, blogs, microblogs, infográficos), assessoria de imprensa; jornalismo
popular; rádio; imagens (telejornalismo, fotojornalismo, documentários e especiais para a
televisão), aspectos organizacionais (planejamento estratégico, aspectos jurídicos
administrativos e éticos) e seminários temáticos.
“O que se pretende, com isso, é elaborar uma compreensão o mais ampla possível desta
disciplina, que, mesmo sendo fundamental à prática jornalística, encontra-se praticamente
alijada dos currículos de graduação”, explica Demétrio de Azeredo Soster, coordenador
acadêmico do pós.
Os encontros, quinzenais, serão realizados no câmpus Santa Cruz da Unisc sempre à sextasfeiras,
das 19h15min às 22h15, e aos sábados, das 8 às 12 horas e das 13 às 16 horas.
Além da possibilidade de parcelamento do curso em até 24 parcelas, a Unisc oferece três
possibilidades de bolsa-auxílio: o Programa Voltares, para egressos da Unisc,com 10% de
desconto sobre o valor das parcelas; convênios com Sicredi VRP, Caixa, Bradesco e Banco
Real; e, finalmente, Programa Parceria Unisc.
Por esse viés, instituições, empresas, prefeituras e entidades de classe conveniadas podem
receber descontos nas mensalidades e nos produtos da universidade.
Maiores informações pela url http://www.unisc.br/pg/2010/cursos/edicao_jornalismo.html.
Você pode acompanhar as informações também por meio do twitter, pela
http://twitter.com/posedicao
Ou, ainda, pelo telefone (51) 3717.7300

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Matéria sobre Design gráfico cambiante (3ª ed.)

A Gazeta do Sul (Mix) publicou hoje uma matéria/resenha sobre a terceira edição do Design gráfico cambiante.
Seguem abaixo os links para as páginas do jornal.

Capa (pág. 20)
Página 22

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Trecho de Fahrenheit 451 (Ray Bradbury)

O trecho abaixo não tem muito a ver com aquilo que ando pesquisando nas narrativas distópicas. No entanto, achei interessante destacá-lo.
Montag é o personagem central do livro e nesse diálogo encontra-se refugiado da sua sua vida como bombeiro rebelde. Quem conversa com ele é Granger, uma das pessoas que ele encontra em sua fuga e que, noutros tempos, fora professor, intelectual e escritor. Na sociedade de Fahrenheit 451 isso não significa mais nada de relevante. Pelo contrário, torna-se um imperativo para a sua eliminação, para o exílio ou para a proscrição do sujeito.


- O que você deu para a cidade, Montag?
- Cinzas.
- O que os outros davam uns aos outros?
- Nada.
Granger parou ao lado de Montag, também olhando para trás.
- Todos devem deixar algo para trás quando morrem, dizia meu avô. Um filho, um livro, um quadro, uma casa ou parede construída, um par de sapatos. Ou um jardim. Algo que sua mão tenha tocado de algum modo, para que sua alma tenha para onde ir quando você morrer. E quando as pessoas olharem para aquela árvore ou aquela flor que você plantou, você estará ali. Não importa o que você faça, dizia ele, desde que você transforme alguma coisa, do jeito que era antes de você tocá-la, em algo que é como você depois que suas mãos passaram por ela. A diferença entre o homem que apenas apara gramados e um verdadeiro jardineiro está no toque, dizia ele. O aparador de grama podia muito bem não ter estado ali; o jardineiro estará lá durante uma vida inteira.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A mídia num mundo distópico (texto publicado na Felafacs 2009/Havana)

O imaginário de uma época é impossível de ser alcançado ou descrito na sua totalidade. Temos pistas e indícios. Há registros das mais diversas formas que acabam servindo como indicadores das crenças, esperanças, medos ou ansiedades de determinados grupos. Um livro pode revelar a visão de um indivíduo sobre os temores de uma década. Mas pode ser um caminho para encontrarmos fragmentos de um imaginário ampliado. Tanto mais se percebermos que essas visões ou interpretações individuais se repetem e fazem surgir um conjunto razoável de registros que seguem olhares similares. Amplia-se a relevância desses registros quando eles se tornam um dos símbolos de um tempo ou lugar.

Já faz tempo que os meios de comunicação, e todas as relações de poder, assimilação tecnológica e produção estética intrínsecos a eles, têm sido considerados como um dos grandes motores da sociedade contemporânea. Credita-se, normalmente, à mídia uma capacidade muito grande de definir os contornos do nosso tempo. Encontramos em “Admirável mundo novo” a mídia relacionada com as grandes corporações produtoras de informação e entretenimento. Não se trata, porém, de um relato científico, de um apanhado sistematizado e quantitativo e baseado na realidade. É uma impressão, uma forma de ver que reflete questões importantes para entendermos como o futuro era pensado num passado nem tão distante.

Acesse o arquivo com o texto completo em PDF.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Criatividade aplicada

Filme para incentivar as empresas portuguesas a apostarem na criatividade. 
O filme conquistou Prata no Young Lions Portugal 2009. 
Criação: Bob Ferraz e Marcelo Melo.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Cartaz de filme: "Terminator: salvation"


Havia esquecido de incluir este cartaz na minha lista de grandes cartazes do ano.
É o velho golpe da imagem que parece uma coisa vista a partir de uma certa distância e que de perto revela outra, mas ficou bem feito, apropropriado, curioso e relevante.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010