sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Publicidade aos berros: chega!

Faz tempo que a gritaria em nossas cidades me incomoda. Especialmente a gritaria dos carros de som e das pessoas que insistem em ficar na frente das lojas anunciando promoções diversas.
Uma caminhada pelas ruas poderia ser muito mais agradável sem isso. Como cidadãos ganharíamos qualidade de vida ao podermos caminhar ou trafegar sem a poluição sonora que faz cidades pequenas como Santa Cruz serem mais barulhentas do que outras com mais de um milhão habitantes que existem pelo mundo.
Hoje, por exemplo, durante o percurso, a pé, de um trecho de uma quadra na Marechal Floriano pude notar três carros de som aos brados e mais um infeliz berrando ofertas em frente a uma loja. É demais. Não há Túnel Verde que se mantenha agradável com esse tipo de publicidade.
Fico pensando, no entanto, se isso incomoda mais pessoas além de mim. Fico pensando se isso não parece até como um sinônimo de cidade grande para muita gente. Fico pensando se aqueles que desfilam com seus carros no volume máximo não endossam essa forma grotesca de se expressar. Fico pensando se esse tipo de publicidade consegue ser eficiente e todos acham isso tudo muito natural.
Da minha parte tenho prestado atenção a essas lojas e anunciantes e tenho-os evitado.
O ideal seria uma lei municipal proibindo isso. Leis desse tipo é que ajudam a construir cidades ou países bons para viver. Já há espaço suficiente para divulgação de marcas e serviços e ninguém deveria ser obrigado a ouvir publicidade compulsoriamente enquanto transita pelas ruas. Será que é tão complicado?

3 comentários:

Henrique disse...

Isso é verdade. Meu pai estava comentando esses dias que é impossível caminhar no centro sem ser abordado. Normalmente, são os panfletos e os lojistas, agora são os políticos, cabos eleitorais e afins...

Romar disse...

Olá, Rudinei.
Muito pertinente esse assunto que levantas e o comentário que fazes a respeito. Eu tenho pra mim uma regra que de algum modo é uma lógica quase natural, mas que na maioria das vezes é esquecida, ignorada. Do mesmo modo como numa conversa ou num diálogo quem berra mais alto quase sempre é o que não tem razão, nas ruas, no espaço público, no trânsito, quem berra alto é porque não tem o que dizer. Berrar, chamar a atenção, incomodar é a única estratégia que resta a quem não chama a atenção pela competência ou pela qualidade do que faz. Já reparou? Em outras palavras, lojas, empresas e fabricantes que precisam berrar pela rua, incomodando os que não querem ser incomodados, estão denunciando ali mesmo a sua incompetência. Por isso, sempre que me vejo submetido a esse tipo de agressão sonora (que de repente pode também ser visual, nos constrangedores exageros que grassam nesse mundo contemporâneo), ao lado da raiva que brota por tamanha incompetência me vem a vontade de rir por se tratar de gente que justamente denuncia (berra, alardeia) sua própria incompetência. Nada que seja de qualidade e nada que seja produtivo pode nascer em um mundo que não respeita o silêncio, porque só o silêncio é criador.

Aline Branco disse...

Oi, Rudi!
Pois é, outro dia estava pensando sobre isso também. Esse tipo de publicidade é autorizada pela Prefeitura Municipal, acreditas? Nós, porém, temos a opção de denunciar à Secretaria Municipal do Meio Ambiente os barulhos infernais que atrapalham até pensamento. Já fiz isso, hehehe...